Os Novos Bahianos





















OS NOVOS BAHIANOS - É Ferro Na Boneca !
RGE - XRLP 5.340
Tropicalia - 1970



Faixas:
Lado A
01 - Ferro Na Boneca
02 - Eu De Adjetivos
03 - Outro Mambo, Outro Mundo
04 - Colégio De Aplicação
05 - A Casca De Banana Que Eu Pisei
06 - Dona Nita E Dona Helena
07 - Se Eu Quiser Eu Compro Flores

Lado B
08 - E O Samba Me Traiu
09 - Baby Consuelo
10 - Tangolete
11 - Curto De Véu E Grinalda
12 - Juventude Sexta E Sábado
13 - De Vera



Em 1968, os Mutantes reinaram absolutos no rock antropofágico consolidado com o Tropicalismo.
Os roqueiros paulistanos tornaram-se ícones da juventude que protagonizou os primeiros dias de nossa contracultura, especialmente no eixo RJ-SP. Mas quem, dois anos mais tarde, de fato, deu o chute na porta e incitou jovens dos grandes centros urbanos de todo o País a experimentar o desbunde e formas libertárias de encarar o mundo a sua volta, foram mesmo os Novos Baianos.

O primeiro LP gravado na RGE, em 1970, álbum de estreia do quarteto foi um dos embriões da intensa movimentação contracultural brasileira tanto na qualidade das letras do poeta Galvão, como na fórmula musical, acrescida da energia dos Leifs (grupo anterior dos guitarristas Lico, Pepeu Gomes e de seus irmãos, o baterista Jorginho e o baixista Carlinhos Gomes, que acompanha o quarteto).
É Ferro na Boneca!, como o título sugere, é álbum ousado e radical. Especialmente se considerarmos seu ano de lançamento, 1970. Vale lembrar, era muito popular na Bahia, a expressão que dá nome a estreia dos Novos Baianos foi cunhada pelo radialista e apresentador de TV, França Teixeira.

A canção de "De Vera", tocou na Rede Record, no 'V Festival de Música Popular Basileria', mas foi desclassificada mais tarde.

Pouco antes de partir para Londres e enfrentar dois anos de exílio, ao lado do amigo Gil, Caetano foi conferir de perto o tão falado "Desembarque dos Bichos, Depois do Dilúvio Universal"  – o anárquico espetáculo que apresentou os Novos Baianos à juventude de Salvador. Em um gesto afetuoso e motivador, Caetano sentenciou: “Vocês me pedem que eu os apresente. Mas eu estou indo embora e só aceito deixar um bilhete para vocês. Estive esse tempo aqui e vi que vocês estão respondendo à nova Bahia com o mesmo humor terrível que ela questiona. Mandem brasa, Brasil!”

O texto foi reproduzido na contracapa de É Ferro na Boneca! e compilado com outros excertos que compõem a apresentação do LP, assinada por Augusto de Campos, poeta, tradutor e crítico musical.

 “Há algum tempo, quando Caetano e Gil eram itens proibidos, eu adverti: ‘É preciso olhar para eles’. Sem se deixarem intimidar ou hipnotizar os Novos Baianos olharam para eles. Viram o que tinham de ver e partiram em busca de seu próprio caminho.” Augusto de Campos

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