Gal Costa

 

GAL COSTA
PHILIPS - 441.426
Tropicalia - 1968


Faixas:
Lado A
01 - Baby - Com Caetano Veloso
02 - A Coisa Mais Linda Que Existe

Lado B
03 - Saudosismo
04 - Mamãe Coragem


1, 2, 3, fogo! O mundo entrava em ebulição, a cultura brasileira entrava em ebulição, Gal Costa entrava em ebulição. 1968 é o ano mais importante da década de 60 e um período divisor de águas para o século 20. Nesse período, a juventude do Ocidente passava a exigir mudanças, rupturas e atitudes arrojadas. Havia sexo, drogas e rock´n´roll. Havia amor, psicodelia e viagens espaciais. Havia revolta, cabelos e sonho. Era preciso estar atento e forte.

Em maio de 1968, milhares de pessoas saem às ruas de Paris, em protestos que misturavam política e novos rumos do pensamento. Jimi Hendrix lançava o disco Electric Ladyland e saía o The White Álbum, dos Beatles. Stanley Kubrick mandava tudo para outras galáxias, em seu espantoso 2001, uma Odisséia no Espaço. A rainha Elizabeth II visitava o Brasil, o cirurgião Christian Barnard fazia o primeiro transplante de coração, Andy Warhol era baleado em Nova York pela atriz Valerie Solanas, morriam Sérgio Porto e Marcel Duchamp, e o general Costa e Silva, segundo presidente militar do golpe de 1964, tornava-se cada vez mais sinistro.

Rogério Sganzerla estreava no cinema com O Bandido da Luz Vermelhae o grupo Oficina encenava Galileu, Galileu. Marília Pêra, Marieta Severo e Paulo César Pereio, entre outros atores, eram espancados por policiais militares durante a temporada de Roda Viva. Estreava mundialmente O Submarino Amarelo, animação em longa metragem que traduz o auge da psicodelia. Seus autores, os Beatles, passavam temporadas na Índia com gurus espirituais.

Na melhor cidade do América do Sul, fermentava o Tropicalismo, movimento estético e musical que mudou para sempre a feição brejeira, lírica e ingênua da MPB. Caetano Veloso e Gilberto Gil elaboram um disco-manifesto, batizado com o nome de um trabalho do artista plástico Hélio Oiticica: Tropicália. Participam desse trabalho, além de seus dois mentores, Os Mutantes, Nara Leão, o maestro Rogério Duprat, Tom Zé, os poetas Torquato Neto e Capinam, e Gal Costa -- que canta em três faixas: Baby, Parque Industrial e Mamãe Coragem.

Ainda em 1968, logo após a gravação do album manifesto "Tropicalia" Gal registrou mais 2 faixas para o compacto duplo com as musicas “Baby” e “Mamãe Coragem”, de Caetano e Torquato, presentes no LP e as musicas "A Coisa Mais Linda Que Existe", de Gilberto Gil e Torquato Neto, e "Saudosismo" de Caetano veloso.
E antes que o ano terminasse, defendeu “Divino Maravilhoso” no Festival da Record composta por Caetano e Gil, a música inspiraria a criação de um programa de TV dedicado à turma da tropicália, que, entretanto, não sobreviveria ao final do ano.

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