Maria Bethânia




















MARIA BETHÂNIA - Recital na Boite Barroco
EMI ODEON - Smofb 3545
MPB - Tropicalia - 1968



Faixas
Lado A
01 - Marginália II
02 - Carinhoso - Se Todos Fossem Iguais A Você
03 - Último Desejo
04 - Camisa Listrada
05 - Marina
06 - O Que Tinha De Ser

Lado B
07 - Molambo
08 - Lama
09 - Pano Legal - Café Society
10 - Pé Da Roseira
11 - Ele Falava Nisso Todo Dia
12 - Baby
13 - Maria, Maria


Maria Bethânia Vianna Telles Veloso nasceu geminiana no dia 18 de junho de 1946, em Santo Amaro da Purificação, cidade do Recôncavo Baiano. Filha de Seu Zeca Veloso, o "Onça", funcionário dos Correios e Telégrafos e de Dona Canô, a força transformadora da terra no pequeno corpo de mulher, nasceu no sobrado na Rua Direita, em cima do local onde seu pai trabalhava.
Desde criança, convivendo com os irmãos Rodrigo, Roberto, Caetano, Clara, Mabel, Nicinha e Irene, já demonstrava o que seria a sua marca definitiva - a força dramática, as atitudes apaixonadas, a determinação, a energia telúrica.
Queria ser atriz, subir ao palco para representar. Respirava, incentivada pelo fértil ambiente de casa, a mágica atmosfera da arte, a sensibilidade das pequenas grandes coisas da vida, a descoberta da leitura do mundo em suas cores, gestos, palavras e sons.

"Se uma cantora aprende a cantar e passa a cantar bem, muito bem, ela corre o perigo de cantar bem demais: ela corre o perigo de se tornar uma máquina de cantar, precisa e fria.
Isso não acontece apenas com o cantor, mas com todo tipo de artista - pintor, poeta, músico. Gauguin dizia: quando aprender a pintar com a mão direita, passarei a pintar com a esquerda, e quando aprender a pintar com a esquerda, passarei a pintar com os pés.
O cantor não tem tantas opções: seu risco é maior. Mas não entenda errado o que eu digo. Não estou dizendo que só quem não sabe cantar, canta bem.
Estou dizendo que cantar bem não é cantar correto, segundo se afirma que é correto.
Cantar bem é cantar como Bethânia canta: com calor da vida.
E por isso que ela diz:"Sei que desafino às vezes. Mas eu também desafino na vida."
Bethânia é aquele tipo de cantora que não deixa dúvida. A gente ouve e já sabe: uma intérprete excepcional. O que alguns discutem é se ela é ou não a maior cantora brasileira de hoje. Mas isso é uma discussão ociosa.
O que é indiscutível é que algumas de suas interpretações, de músicas atuais ou do passado, atingem aquele ponto definitivo que as torna insuperáveis.
Ninguém esquecerá jamais a Bethânia do Carcará como ninguém esquecerá também a Bethânia de Anda Luzia.
A estas se somam várias outras interpretações e neste disco mesmo podemos citar, apenas como exemplo, Se todos fossem iguais a você de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, ou a irônica recriação de Café Soçaite, para não falar em Baby , de Caetano Veloso, ou em Ele falava nisso todo dia, de Gilberto Gil.
Isso define uma grande capacidade de criar a interpretação definitiva, dentro de determinada época, das canções nacionais. Bethânia é uma cantora nacional, deste país, enraizada nele, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua, bela, já turva, já iluminada, que canta por todos nós. "

Ferreira Gullar
*Texto da Contra-Capa

Esse disco tem uma das melhores capas que já vi, psicodelismo e o tropicalismo, além, claro, do misticismo e magia aliados de Bethânia pois foi, Luiz Arthur Torres Jasmin que desenhou a capa.

Um comentário:

Sayd Mansur disse...

MARAVILHOSO!
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