Lula Côrtes & Zé Ramalho
LULA CÔRTES & ZÉ RAMALHO - Paêbirú
SOLAR - LP100.001
Psych - Folk - 1975
I DISCO
Faixas:
Lado A - "Terra"
01 - Trilha de Sumé
*Culto à terra *Bailado das muscarias
Lado B - "Ar"
02 - Harpa dos ares
03 - Não existe molhado igual ao pranto
04 - OMM
II DISCO
Faixas:
Lado A - "Fogo"
05 - Raga dos raios
06 - Nas paredes da pedra encantada, os segredos talhados por Sumé
07 - Maracas de fogo
Lado B - "Àgua"
08 - Louvação à Iemanjá • Regato da montanha
09 - Beira mar
10 - Pedra templo animal
11 - Sumé
E considerado no Brasil o albúm mais raro da música nacional !
Mas muitas foram as coisas que o consolidaram como tal....
A começãr pela violência de uma enchente do rio Capibaribe, entre o ínicio do ano de 1975 consta que 80% da cidade ficou inundada.
Mas antes disto e presizo falar de uma gravadora chamada Rosenblit existencialmente excencial na história da música pernambucana, pela Rosenblit foram feitos registros historicos de nomes como Tom Zé (inclusive a matriz do primeiro disco dele, lançado em 1968 com "São Paulo Meu Amor." foi totalmente destruida) , De Kalafe e a Turma com Lany Gordin nas guitarras, Flaviola e o Bando do Sol, Aratanha Azul, Marconi Notaro, Os Baobas entre muitos outros...
A gravadora Rozenblit ficava na beira do rio Capiberibe, durante a enchente a Fábrica de discos Rosemblit foi inundada sobrando apenas cerca de 300 exemplares, levadas para a casa de Lula que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte antes da grande enchente, daí começa a magia que circunda este LP.
Muitas dificuldades emperram a reedição de 'Paêbirú' em CD, segundo Lula.
A Polydisc quer relançar, mas não quer pagar nada dos direitos.
Outro problema é com Zé Ramalho.Que para reeditar o LP em CD quer inverter os nomes da capa do LP, de Lula Côrtes e Zé Ramalho para Zé Ramalho e Lula Côrtes. Assim ficando inedito até hoje !"Vão para a gaveta escura das vaidades da MPB."
Paêbirú: Era o sistema de trilhas que teria sido aberto pelos índios sul-americanos há mais de 1200 anos, ligando o planalto paulista à capital inca (Cuzco), através do chaco paraguaio e boliviano. no interior do Paraná (PR), por onde passava um dos ramais desse sistema, existe até hoje uma cidade chamada Peabiru. Mais informações na revista Nossa História, edição de agosto de 2005 (dossiê Pré-História do Brasil).
As letras do disco são fundamentadas nas lendas que circulam em Ingá do Bacamarte, na Paraíba.
Zé Ramalho e Lula Côrtes quiseram desvendar os segredos de Sumé, um feiticeiro que teria descido das estrelas em longinquas eras para passar ensinamentos aos índios. Até hoje historiadores debatem se as indecifraveis inscrições rupestres encontradas nas grutas seriam de autoria de seres extra terrenos.
Historiadores dizem que foram os fenícios os responsáveis pelos desenhos.
Cada lado do álbum duplo é sobre um dos elementos: Terra, Ar, Fogo e Água.
Lado A "TERRA" - “Trilha de Sumé”, com 13 minutos, passa por tambores, cantorias em marcação de coco, flauta, saxofone, o tricórdio de Lula e a guitarra distorcida de Zé Ramalho. É impossível saber o que vai acontecer no momento seguinte. As seqüências melódicas são interrompidas por cantorias de pássaros, sons de cachoeiras e outros barulhos da natureza que vão pontuando a viagem. Seguida por "Culto a Terra" e "Bailado das Muscarias".
Lado B "AR" - “Harpa dos Ares” é uma bela peça instrumental com diálogo de cordas, flauta e canto de pássaros, melodias arrastadas à base de cordas, com gritos esganiçados ao fundo (sugerindo tortura, talvez) e solos de sax. O barítono rouco e arranhado de Zé ecoa melancólico. O fechamento da parte “AR” é com “Não existe molhado igual ao pranto”, e "Omm" que é mais plácida, mais dependente de ruídos externos.
Lado C "FOGO" - A seqüência “Fogo” começa com uma canção intitulada com versos que depois ficariam famosos na voz de Zé: “Nas paredes da pedra encantada / os segredos talhados por Sumé”. Essa é um petardo, um rock alucinógeno, com bateria, baixo, órgão. Essa seqüência termina com “Maracas de Fogo”.
Lado D "AGUA"- Com "Louvação a Iemanjá”, um canto responsorial sobre um batuque polirrítmico bem próprio dos sons dos orixás. Mais três faixas completam o disco, louvando a água: ali de novo predominam as cordas, pontuadas por ruídos aquáticos vários. Destaque para “Pedra Templo Animal”, um xaxado psicodélico.
O álbum é uma mistura de ritmos regionais nordestinos com música folk, progressivo, hard rock, sons da natureza e música clássica e mistura instrumentos inusitados como flauta, cítara, viola, violões e guitarras fuzzy como nunca se viu antes.
Lula Cortes era na época de certa forma líder do movimento udigrúdi, que resultou em LPs experimentais como 'Satwa' e 'Rosa de Sangue'. 'O movimento mostrava a relação da música nordestina com a oriental. Fundiram rock e maracatu com guitarra elétrica e pedais distorcidos.
Zé Ramalho, Lula Côrtes, Ronaldo, Alceu Valença, Dikê, Katia, Geraldinho Azevedo, Fernando, Marcelo, Jarbas Mariz, Hêlio, Jonathas, Marconi Notaro, Agricio, Ivinho, Zé da Flauta, Dom Tronxo, Lailson, Raul Côrdula, Israel, Paulo Raphael, Huguinho (Hugo Filho), Zé de Torubanba, Preto...
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